segunda-feira, 10 de abril de 2017

Proposta II- Memória descritiva


Para a elaboração da composição tipográfica escolhemos como tema aquele que foi considerado o “Melhor Destino Europeu 2017”, o Porto. De forma a representar a cidade, optamos pela utilização de um elétrico, não só por ser um símbolo característico do quotidiano da cidade, mas também por ser uma representação de um meio que conduz a um destino, neste caso, o melhor destino europeu, pela terceira vez.
Deste modo, esta indicação está presente logo no letreiro que indica o destino do elétrico, dando a ideia que este guiou a cidade até à reconquista do título de Melhor Destino Europeu.
De forma a mostrar o valor da cidade e de enaltecer o que ela tem de melhor e singular, servimo-nos de uma descrição da cidade presente num website turístico e logo, ideal para a imagem que pretendíamos passar:
http://www.visitporto.travel/MaisPorto/Paginas/Cidade/Cidade.aspx?artigo=139  
Assim, o elétrico foi constituído com aquilo que representa a cidade, desde elementos físicos, como o rio, o mar, o vinho e os museus, a emoções e adjetivos que descrevem a cidade, como dinâmica, criativa e inabalável. Metaforicamente, o elétrico carrega consigo tudo aquilo que dá força ao Porto e que o fez chegar ao merecido título de destino de eleição.
Para a concretização da proposta, começamos por selecionar as palavras do artigo que queríamos usar, e também por selecionar as palavras que queríamos dar maior ênfase por considerarmos serem mais relevantes e significativas para descrever a cidade. Passando para a realização do trabalho no programa Adobe Illustrator, decidimos contornar a imagem do elétrico escolhida por nós, de modo a que, no fim, apenas pudessem ser identificadas as palavras, e não mais os contornos da imagem. As escolhas a nível da tipografia foram feitas de modo a tentar representar a importância dada por nós a certas palavras, e também a “personalidade” de cada vocábulo. Assim, desenho das letras, em cada uma das famílias, confere uma "personalidade" tipográfica à fonte. Para tal, usamos fontes tipográficas mais carregadas naquelas palavras que consideramos serem mais importantes, fontes mais delineadas em palavras mais delecidas, fontes mais tradicionais em palavras mais conservadoras. Além disso, também tentamos posicionar estrategicamente aquelas palavras que queriamos que tivessem mais destaque, como o título.
Como foi selecionado por nós palavras avulsas no texto e decidimos não colocá-las por uma ordem lógica, não demos prioridade em relacionar todas as fontes entre elas, e apenas tentamos que elas não contrastassem muito, mas que também não fossem muito similares umas às outras, pois como refere o livro Meet your type  “ Opposites attract. If your fonts are too similar to each other, it seldom works. Consider pairing a flashy, extrovert (display face) with an understated, introvert (text face). Also consider pairing another weight from the same family (type family that is), pag. 22.  No entanto, tivemos em mente aspetos funcionais, na medida em que houve uma constante preocupação com a legibilidade de todas as fontes, em todos os contornos. Sendo que a a fonte cumpre um papel de transmitir uma mensagem, tivemos sempre em mente o objetivo de assegurar que a mensagem seria bem recebida e passível de leitura.

As fontes serifadas  tendem a guiar o olhar através do texto: as letras serifadas parecem juntar-se devido aos seus prolongamentos, unindo as palavras, tornando-se mais fácil a leitura. Nas palavras que se encontram no topo do elétrico “Centro histórico, património da humanidade” selecionamos uma fonte serifadas, a Times New Roman, uma vez que queriamos que fossem tidas como uma unidade, ao contrário das restantes palavras que têm como objetivo de serem lidas individualmente. Como têm pequenos traços e prolongamentos nas hastes de cada letra, elas transmitem a ideia de tradição, clássico, encaixando-se no nosso objetivo, visto que queríamos transmitir confiança, respeitabilidade e autoridade. A fonte Times New Roman foi também utilizada, por exemplo, na palavra “museus”, uma vez que procurávamos uma fonte mais tradicional, espelho da palavra, no entanto optamos por Bold Italic para criar contornos mais delineados. Outra fonte serifada, Bakersville Old Face foi utilizada na palavra “história”, pois assim como na palavra anteriormente referida, tinhamos o propósito de mostrar o clássico, o tradicionalismo das fontes serifadas, juntando aos adornos elegantes que essa fonte possui. Na palavra “inabalável”, Rockwell Extra Bold, que é uma fonte slab serif, com serifas grossas e maciças, que passam um ar de confiança e força, indo de encontro ao que pretendíamos, demonstrar o que a palavra em si sifnifica, que nao pode ser destruída.  As fontes sem serifa valorizam cada palavra individualmente e como não possuem prolongamentos nas hastes aparentam uma imagem mais simples e moderna, e transmitem sensação de limpeza, clareza, organização, fatores primordiais para atrair o olhar para a leitura.
Lean and clean, these love machines were designed for the industrial age. They’re hardworking and modern, with no need for fancy serifs.” Pag, 12 de Meet Your Type.

Como fontes sem serifa utilizamos a Arial, por exemplo na palavra “reinventa”, uma vez que é considerada pelos designers como uma tipografia criada a partir da Helvetica e inspirada na Akzidenz Grotesk  e “conservador”, sendo utilizada em softwares formais que utilizamos diariamente como o Windows.

Fontes condensadas são ótimas para economizar espaço, para o título que se encontra no letreiro foi selecionada a fonte Rockwell Condensed  em bold uma vez que queríamos que o espaço fosse encurtado, para que pudesse caber no letreiro, e que ao mesmo tempo tivesse a força e o impacto pretendidos.

Fontes scripts, que imitam a escrita humana sugerem classe, tradição, elegância, antiguidade. Assim, foram utilizadas nas palavras “traçado sinuoso” e “riqueza” ambas a partir da fonte French Script MT, uma vez que pretendiamos demonstrar literalmente as primeiras, a partir de contornos delineados, e classe e delicadeza na palavra “riqueza”.

Por fim também utilizamos fontes decorativas como a Harrington na palavra “criativa”, de forma a transmitir uma ideia mais festiva, diferente e original.







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