segunda-feira, 10 de abril de 2017

Proposta II- Tipografia




De acordo com P. Heitlinger em Tipografia: terminologia correcta, a tipografia, do grego typos — "forma" — e graphein — "escrita", é o processo de criação e elaboração de tipos de caligrafia, quer metálicos, quer de fontes digitais. Já a composição tipográfica, de acordo com o mesmo autor, é realizada através da escolha adequada de fontes tipográficas, do layout de texto, da sensibilidade para o tom do texto e da relação entre texto e os elementos gráficos na página. Todos os factores mencionados são combinados para que o layout tenha uma “ressonância” adequada ao conteúdo abordado.

 O conhecimento adequado do uso da tipografia é essencial para os designers que trabalham na composição e no design de comunicação, ou seja, na relação de texto e imagem. A tipografia é um dos pilares do design gráfico e um tema essencial nos cursos de design, para o designer que se especializa em comunicação visual, a tipografia revela-se um dos aspectos mais complexos e sofisticados do design gráfico.

“Everyone has a past. While some things can be overlooked, type history is not one of them.” Retirado de: Meet your Type

Tal como todas as coisas, também a tipografia tem a sua história. A citação retirada do artigo “typographic” do website Rsub.com disponivel em: http://www.rsub.com/typographic/, descreve o esencial da mudança na tipografía ao longo do tempo, graças à evolução das sociedades e claro, da tecnología e industrialização: “The letterforms we use today were not always as we see them now. Over the past 5000 years, they evolved, linked to the rise and fall of civilizations, different cultures adding their own distinct imprint on the symbols of language.”

A anatomia das letras, citando o mesmo autor, P. Heitlinger, no “Glossário da terminologia tipográfica Anatomia das letras” em Tipografos.net, é a terminologia usada para designar as partes da letra e também as relações das letras entre si.

Tendo por base, não só P. Heitlinger, mas também um artigo da FontShop e um de Pedro Couto e Santos: Tipografia - Noções Básicas em https://pt.slideshare.net/pedrocs/tipografia-noes-bsicas, definimos vários conceitos relacionados com o tema.

Assim sendo, a linha média ou a altura x, é utilizada para estabelecer uma comparação entre a altura das letras minúsculas e maiúsculas, sem ascendentes ou descendentes, tendo por base normalmente na letra x. A relação da linha média com o corpo da letra define o tamanho da mesma. Uma tipografia com uma linha média longa parece muito maior do que uma com linha média curta, estando as duas ao mesmo tamanho.

A linha base é uma linha imaginária que suporta as letras de uma fonte.
A altura das capitais consiste na altura desde a base até ao topo das letras maiúsculas, não incluindo os diacríticos (acentos, cedilhas…).
         A linha vertical, essencial no tronco de muitas letras, como o h, o l e o I, define-se por haste.
            Já os ascendentes são a haste vertical de algumas letras minúsculas como o h e o b, que se estendem para além da linha média. A linha constituída através da altura das hastes dos mesmos denomina-se de linha dos ascendentes.
            Os descendentes são quaisquer partes das letras minúsculas que se estendem abaixo da linha de base, por exemplo, o caso no g, j, p, q, y… Por sua vez, a linha que serve de base aos descendentes é definida por linha dos descendentes.
No entanto, o espaço ocupado pelas letras maiúsculas, minúsculas, ascendentes e descendentes é o chamado, corpo.
            A ligadura consiste na ligação de certos pares de letras que quando corretamente espaçados colidem, a ligadura é utilizada para melhorar a consistência do texto, por exemplo, fl fi, ft.
            A serifa é um prolongamento curvo ou reto no fim das hastes das letras, nem todas as tipografias possuem serifa.
O bojo corresponde à parte curva que forma as partes circulares de algumas letras como o d, b e o.
O traço horizontal oblíquo ligado apenas por uma das extremidades à haste vertical principal de uma letra, quer minúscula quer maiúscula, chama-se braço, por exemplo no A e H.
Ao apêndice do corpo de algumas letras, j, g, Q, que se situa abaixo da linha de base, dá-se o nome de cauda. Já no caso das letras K e R, é definido como perna.

Para além da anatomia, as tipografias têm classificações que vão desde: manual, old style, transitional, modern, serif, slab serif, sans serif, humanista, mechanist, black letter, decorative e script.

Mannual: “Similar to the script classification however it has a more natural and handwritten approach. The typeface is usually based on different styles of cursive or current handwriting and usually has a flowing look to it. Letters of this form are usually highly rounded, and either connect from letter to letter or have a tail on the letters which leads to the next. Handwritten scripts are usually informal and are characterised by the looser, less restrained formation of characters. The letters appear to have been casually drawn by either a pen or brush or other material. Because these types imitate handwriting, two of the main essentials when using manual typefaces are not to have too much space between the words and to take additional care when considering leading.” Jacob Cass em “Type Classification Handbook”. Dentro da manual estão presentes tipografias como: V Hand, Christopherhand e Rage Italic.

Old Style:  “Old Style types are characterised by greater contrast between thick and thin strokes, and are generally speaking, sharper in appearance, more refined. (…) In Old Style types the serifs on the ascenders are more wedge shaped.” Retirado de History of typography: Old Style — I Love Typography em I Love Typography, disponivel em: http://ilovetypography.com/2007/11/21/type-terminology-old-style/
 A Minion Pro é uma das tipografias que se encaixa nesta classificação.

Transitional: “Old style but more elegant. More elegant serifs. Designers relied on mathematical or scientific principles to create new letter forms.  Contains elements of both Garalde and Didone styles. Rounded serifs which are less formal than Didone. Rounded serifs which are more formal than Garalde. Curved letters are more balanced than Garalde. The 'angle of stress' is near vertical to the Didone due to their mechanical-like structure.” - Jacob Cass em “Type Classification Handbook”.
 “Graças à melhoria das técnicas de comunicação, foi possível aumentar os contrastes.” - Pedro Couto e Santos: Tipografia - Noções Básicas em https://pt.slideshare.net/pedrocs/tipografia-noes-bsicas.
Exemplos destas tipografias são: Baskerville, Times New Roman e New Caledonia.

Modern: “Modern faces typify the profound affect the course of typography would take as a result of improvements in paper production, composition, printing and binding during the late eighteenth century. It was possible to develop a type style with strong vertical emphasis and fine hairlines; this is what the French family Didot did, and what the Italian printer Giambattista Bodoni perfected.” - Jacob Cass em “Type Classification Handbook”.
“High and abrupt contrast between thick and thin strokes; abrupt (unbracketed) hairline (thin) serifs; vertical axis; horizontal stress; small aperture.” Retirado de “A Brief History of Type — I Love Typography” em “I Love Typography”, disponivel em: http://ilovetypography.com/2008/05/30/a-brief-history-of-type-part-4/.
Bodoni, Didot, Walbaum e Century são tipografías que se enquandram nesta classificação.

            Humanist: “As letras humanistas estão relacionadas às primeiras impressões com tipos romanos e aos manuscritos humanistas do século xv. Têm formas arredondadas dos caracteres, traços modulados, eixo humanista, pouco contraste entre as variações de espessura, altura-x pequena, serifas geralmente apoiadas e côncavas.” - P. Heitlinger retirado do artigo “Classificação dos fonts, dos tipos, taxonomia dos tipos” de Tipografos.net, disponivel em: http://tipografos.net/glossario/classifica%E7%E3o-tipos.html
            Exemplos de tipografias humanistas são: Centaur, Stemple Schneidler, Italia e ITC Berkeley

            Mechanist: “ As mecânicas (egípcias, serifa grossa) surgem nos tempos da revolução industrial, no Reino-Unido. Estas slab serif ou egyptians possuem desenhos simples, e serifas espessas e horizontais.” - P. Heitlinger retirado do artigo “Classificação dos fonts, dos tipos, taxonomia dos tipos” de Tipografos.net, disponivel em: http://tipografos.net/glossario/classifica%E7%E3o-tipos.html
            “Very bold printing style for grabbing attention. 3 Types of Slab Serif type faces: slab Serif: square, unbracketed serif; Clarendon: square, bracketed serif; Typewriter types: similar weights of stems & serifs. Strong, square finishing strokes. Not suited for large areas of solid setting, only use as a series or family in any display. Also called Egyptian.” -  Jacob Cass em “Type Classification Handbook”.
            Nesta classificação inserem-se tipografias como: Memphis, Clarendon, Woodtypes, Lubalin, Rockwell e American Typewriter

            Black Letter: “Mimicked contemporary manuscript handwriting from Gutenberg’s time. Also called Old English or Gothic, seldom use in small sizes, do not set in capital form. Useful for formal occasions such as diplomas and invitations. They establish a feeling of a monumental event and are sometimes used for ads and books where the subject is history or antiquity.” -  Jacob Cass em “Type Classification Handbook”.
Old English Text, Linotext, Goudy Text e Cloister Black inserem-se nesta classificação.

            Decorative: “Novelty faces for decorative or display purposes, usually used for a singular word or for headings. Lacks legibility in long lines of text, creates a highly emotive mood for particular products, usually only a small family such as bold and normal usually for separate purposes.” -  Jacob Cass em “Type Classification Handbook”.
Tipografias decorativas incluem:  Jokerman, GiddyUp, LoveLetters, Stencil, Rosewood e Critter

Sem comentários:

Enviar um comentário