De acordo com P. Heitlinger em Tipografia: terminologia correcta, a tipografia, do grego typos —
"forma" — e graphein — "escrita", é o processo de criação e
elaboração de tipos de caligrafia, quer metálicos, quer de fontes digitais. Já
a composição tipográfica, de acordo com o mesmo autor, é realizada através da escolha adequada de fontes tipográficas, do
layout de texto, da sensibilidade para o tom do texto e da relação entre texto
e os elementos gráficos na página. Todos os factores mencionados são combinados
para que o layout tenha uma “ressonância” adequada ao conteúdo abordado.
O conhecimento
adequado do uso da tipografia é essencial para os designers que trabalham na
composição e no design de comunicação, ou seja, na relação de texto e imagem. A
tipografia é um dos pilares do design gráfico e um tema essencial nos cursos de
design, para o designer que se especializa em comunicação visual, a tipografia
revela-se um dos aspectos mais complexos e sofisticados do design gráfico.
“Everyone has a past. While some things can be
overlooked, type history is not one of them.” Retirado de: Meet your Type
Tal
como todas as coisas, também a tipografia tem a sua história. A citação
retirada do artigo
“typographic” do website Rsub.com disponivel em: http://www.rsub.com/typographic/, descreve o esencial da mudança na
tipografía ao longo do tempo, graças à evolução das sociedades e claro, da
tecnología e industrialização: “The letterforms
we use today were not always as we see them now. Over the past 5000 years, they evolved, linked to the
rise and fall of civilizations, different cultures adding their own distinct
imprint on the symbols of language.”
A
anatomia das letras, citando o mesmo autor, P. Heitlinger, no “Glossário da
terminologia tipográfica Anatomia das letras” em Tipografos.net, é a
terminologia usada para designar as partes da letra e também as relações das
letras entre si.
Assim
sendo, a linha média ou a altura x, é utilizada para estabelecer uma comparação
entre a altura das letras minúsculas e maiúsculas, sem ascendentes ou
descendentes, tendo por base normalmente na letra x. A relação da linha média
com o corpo da letra define o tamanho da mesma. Uma tipografia com uma linha
média longa parece muito maior do que uma com linha média curta, estando as
duas ao mesmo tamanho.
A
linha base é uma linha imaginária que suporta as letras de uma fonte.
A
altura das capitais consiste na altura desde a base até ao topo das letras
maiúsculas, não incluindo os diacríticos (acentos, cedilhas…).
A linha vertical, essencial no
tronco de muitas letras, como o h, o l e o I, define-se por haste.
Já os ascendentes são a haste
vertical de algumas letras minúsculas como o h e o b, que se estendem para além
da linha média. A linha constituída através da altura das hastes dos mesmos
denomina-se de linha dos ascendentes.
Os descendentes são quaisquer partes
das letras minúsculas que se estendem abaixo da linha de base, por exemplo, o
caso no g, j, p, q, y… Por sua vez, a linha que serve de base aos descendentes
é definida por linha dos descendentes.
No
entanto, o espaço ocupado pelas letras maiúsculas, minúsculas, ascendentes e
descendentes é o chamado, corpo.
A ligadura consiste na ligação de
certos pares de letras que quando corretamente espaçados colidem, a ligadura é
utilizada para melhorar a consistência do texto, por exemplo, fl fi, ft.
A serifa é um prolongamento curvo ou
reto no fim das hastes das letras, nem todas as tipografias possuem serifa.
O bojo
corresponde à parte curva que forma as partes circulares de algumas letras como
o d, b e o.
O
traço horizontal oblíquo ligado apenas por uma das extremidades à haste
vertical principal de uma letra, quer minúscula quer maiúscula, chama-se braço,
por exemplo no A e H.
Ao
apêndice do corpo de algumas letras, j, g, Q, que se situa abaixo da linha de
base, dá-se o nome de cauda. Já no caso das letras K e R, é definido como
perna.
Para
além da anatomia, as tipografias têm classificações que vão desde: manual, old
style, transitional, modern, serif, slab serif, sans serif, humanista,
mechanist, black letter, decorative e script.
Mannual: “Similar to the script classification
however it has a more natural and handwritten approach. The typeface is usually
based on different styles of cursive or current handwriting and usually has a
flowing look to it. Letters of this form are usually highly rounded, and either
connect from letter to letter or have a tail on the letters which leads to the
next. Handwritten scripts are usually informal and are characterised by the
looser, less restrained formation of characters. The letters appear to have
been casually drawn by either a pen or brush or other material. Because these
types imitate handwriting, two of the main essentials when using manual
typefaces are not to have too much space between the words and to take
additional care when considering leading.” Jacob Cass em “Type Classification
Handbook”. Dentro da manual estão presentes tipografias como: V Hand,
Christopherhand e Rage Italic.
Old Style:
“Old Style types are characterised by greater contrast between thick and
thin strokes, and are generally speaking, sharper in appearance, more refined.
(…) In Old Style types the serifs on the ascenders are more wedge shaped.”
Retirado de History of typography: Old Style — I Love Typography em I Love
Typography, disponivel em: http://ilovetypography.com/2007/11/21/type-terminology-old-style/
A Minion Pro é uma
das tipografias que se encaixa nesta classificação.
Transitional: “Old style but more elegant. More
elegant serifs. Designers relied on mathematical or scientific principles to
create new letter forms. Contains
elements of both Garalde and Didone styles. Rounded serifs which are less
formal than Didone. Rounded serifs which are more formal than Garalde. Curved
letters are more balanced than Garalde. The 'angle of stress' is near vertical
to the Didone due to their mechanical-like structure.” - Jacob Cass em “Type
Classification Handbook”.
Exemplos destas
tipografias são: Baskerville, Times New Roman e New Caledonia.
Modern: “Modern faces typify the profound affect
the course of typography would take as a result of improvements in paper
production, composition, printing and binding during the late eighteenth
century. It was possible to develop a type style with strong vertical emphasis
and fine hairlines; this is what the French family Didot did, and what the
Italian printer Giambattista Bodoni perfected.” - Jacob Cass em “Type
Classification Handbook”.
Bodoni, Didot, Walbaum
e Century são tipografías que se enquandram nesta classificação.
Humanist: “As letras humanistas
estão relacionadas às primeiras impressões com tipos romanos e aos manuscritos
humanistas do século xv. Têm formas arredondadas dos caracteres, traços
modulados, eixo humanista, pouco contraste entre as variações de espessura,
altura-x pequena, serifas geralmente apoiadas e côncavas.” - P. Heitlinger
retirado do artigo “Classificação dos fonts, dos tipos, taxonomia dos tipos” de
Tipografos.net, disponivel em: http://tipografos.net/glossario/classifica%E7%E3o-tipos.html
Exemplos de tipografias humanistas
são: Centaur, Stemple Schneidler, Italia e ITC Berkeley
Mechanist: “ As mecânicas (egípcias,
serifa grossa) surgem nos tempos da revolução industrial, no Reino-Unido. Estas slab serif ou egyptians possuem
desenhos simples, e serifas espessas e horizontais.” - P. Heitlinger retirado
do artigo “Classificação dos fonts, dos tipos, taxonomia dos tipos” de
Tipografos.net, disponivel em: http://tipografos.net/glossario/classifica%E7%E3o-tipos.html
“Very bold printing style for grabbing attention. 3 Types of Slab Serif
type faces: slab Serif: square, unbracketed serif; Clarendon: square, bracketed
serif; Typewriter types: similar weights of stems & serifs. Strong, square
finishing strokes. Not suited for large areas of solid setting, only use as a
series or family in any display. Also called Egyptian.” - Jacob Cass em “Type Classification Handbook”.
Nesta
classificação inserem-se tipografias como: Memphis, Clarendon, Woodtypes,
Lubalin, Rockwell e American Typewriter
Black
Letter: “Mimicked contemporary manuscript handwriting from Gutenberg’s time.
Also called Old English or Gothic, seldom use in small sizes, do not set in
capital form. Useful for formal occasions such as diplomas and invitations.
They establish a feeling of a monumental event and are sometimes used for ads
and books where the subject is history or antiquity.” - Jacob Cass em
“Type Classification Handbook”.
Old English Text, Linotext, Goudy Text e Cloister
Black inserem-se nesta classificação.
Decorative:
“Novelty faces for decorative or display purposes, usually used for a singular
word or for headings. Lacks legibility in long lines of text, creates a highly
emotive mood for particular products, usually only a small family such as bold
and normal usually for separate purposes.” -
Jacob Cass em “Type Classification Handbook”.
Tipografias
decorativas incluem: Jokerman, GiddyUp,
LoveLetters, Stencil, Rosewood e Critter